Já fazia tempos e tempos que desejava ir até a praia de bicicleta, mas sempre houveram empecilhos e preguiça; mas desta vez, minha esposa quem havia sugerido e tudo "em cima da hora". Ficamos com várias dúvidas, em especial quanto à real segurança de se pedalar de Curitiba até a praia. "Haveria acostamento?", "Haveriam pontos de apoio e descanso?", "haveriam dificuldades técnicas?", "haveria desempenho físico necessário para completar a viagem?".
Muitas perguntas não é?! Tentamos contato com alguns ciclistas e buscamos pela internet informações para sanar algumas destas dúvidas, alguns relatos diziam que era seguro, outros diziam que não seria...
Pois então, para quem tem vontade e muitas dúvidas, esta postagem é para tentar esclarecer e estimular o cicloturismo no Paraná.
Arquivos GPX
O que esperar deste percurso
Sair da área urbana de Curitiba não é tão simples, e apesar de uma boa estrutura, algumas ciclovias são abruptamente interrompidas e é necessário dividir espaço com carros ou ônibus nas canaletas da cidade; é bom ficar atento se você estiver com horas contadas, pois pode acabar atrasando um pouco; felizmente, saímos sem nenhuma pressa.
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Ciclovia? |
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Canaleta da Pe. Anchieta |
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Canaleta no centro |
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Canaleta da sete de setembro |
Parece ruim, mas tem cidade bem pior, além do mais, saindo bem cedo de casa é possível escapar do trânsito caótico. Depois de alcançar a Br 277, o cenário se alterna pelo sobe e desce constante, todo praticamente com bom acostamento; pelo caminho, muitos ciclistas sozinhos ou em grupos numerosos fazem companhia; bem, ao menos até o pedágio.
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Acostamento generoso |
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Incontáveis grupos de ciclismo |
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Incontáveis grupos de ciclismo |
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Pagar pedágio? Não, muito obrigado |
Doravante, o caminho fica muito mais silencioso e o avistamento de ciclistas mais raro, o acostamento continua muito simpático e dá pra curtir a paisagem bem tranquilamente.
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A serra bem longe (ainda) |
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Bom acostamento |
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Início da descida da serra |
Após algum tempo, as placas de sinalização avisam: "Descida da serra"!!!!!! Nossa... O coração vai a mil; afinal, qualquer descida é bem vinda, pela serra então... Com freios regulados e revisados, basta controlar o guidão e aproveitar a vista, fantástico!
OBS: Na descida da serra, existem dois trechos com pouco acostamento, e uma entrada de escape de emergência; são passagens bem curtas, mas fique atento!
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Acostamento encurtado |
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Área de escape |
Estrada sem fim
Após aproximados 88,0 quilômetros de pedalada, chega-se à temida estrada Alexanrda-Matinhos; não há acostamento e apesar de sinalizações, carros e motos vêm e vão com velocidades altíssimas. Para piorar a coisa toda, não há pontos de apoio ou descanso. Daqui adiante, apesar dos míseros 34,0 quilômetros da Br até Matinhos, demoramos praticamente o mesmo tempo que para percorrer os 88,0 quilômetros anteriores... Tenso. Esteja bem equipado com retrovisores e roupas chamativas; não tente competir com carros e motos, se não der, dê espaço mesmo.
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Placas avisam a presença de ciclistas...mas... |
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Estrada Alexandra-Matinhos |
Ferryboat
No dia seguinte, fomo informados que ciclistas são isentos do pagamento para atravessar a baixa utilizando o ferryboat, já que estávamos perto, decidimos prolongar o passeios em algumas horas.
Existe uma lenda de que apenas cidades grandes excluem o ciclista, mas basta pedalar em qualquer interior brasileiro para perceber que praticamente qualquer cidade nasce em função de carros, Matinhos não decepcionou neste quesito e pedalamos alguns pontos com bastante receio de atropelamento.
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Sem calçadas...Imaginem ciclovias |
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Pessoas "invisíveis" aos planejadores urbanos |
Passado este trecho tão tenso quanto a Alexandra, chegamos ao ferryboat; e que legal, ciclistas além de não entrarem na fila, são os primeiros a embarcar e desembarcar.
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Engarrafamento... não para ciclistas! |
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Famoso ferryboat |
Guaratuba
Após uma travessia suave de aproximadamente 10 minutos, desembarcamos em Guaratuba, nosso objetivo era chegar até a rodoviária da cidade e dependendo do tempo, ainda conhecer o centro e tirar o vazio do estômago.
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Centro de Guaratuba |
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Praça ao lado do centro com vista para a baia |
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"I want to believe" |
No caminho, encontramos uma ciclista de Foz do Iguaçu pedalando pela cidade, já trocamos contato e quem sabe, seja o próximo destino. O que me chamou bastante atenção foi o número exorbitante de moradores se deslocando com bicicletas, aliás, todo estabelecimento tinha um bicicletário maior que qualquer um encontrado na capital Curitiba. Apesar desta constatação, ciclovias zero...
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Ciclista de Foz do Iguaçu |
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Supermercado ao lado da rodoviária |
Curitiba
Saímos da rodoviária, e pegamos a canaleta do ônibus; rua quinze e depois mais canaleta até o outro lado da Br 277 e dai em diante seguimos até em casa, por sorte ainda pegamos luz do dia e ruas movimentadas e milagrosamente, nenhum pneu furado.
Pontos de Apoio ou descanso
Decidimos realizar paradas a cada trinta quilômetros ou bem próximo disso. Na primeira parada ficamos em um posto de gasolina próximo ao pedágio; o local tem boa variedade de coisas e dá pra descansar um pouco as pernas.
O segundo ponto em que paramos ficou a aproximados 68,0 quilômetros de trajeto, no restaurante chamado "pé da serra", apenas desmontamos das bicicletas e esticamos as pernas, minha esposa reabasteceu a água e partimos em seguida.
O terceiro ponto deveria ter sido um outro posto de gasolina antes de adentrarmos a estrada Alexandra-matinhos, mas decidimos seguir viagem, então a terceira parada aconteceu com exatos 100,0 quilômetros de pedalada; paramos no posto da polícia rodoviária apenas para reabastecer a água e seguimos viagem até o hotel.
Em uma próxima pedalada por este caminho, sem dúvida pararemos no posto antes da estrada para Matinhos.
Rodoviária
Uma pergunta BEM recorrente é sobre o transporte de bicicletas dentro do ônibus de turismo. Desta vez, pagamos uma taxa de R$ 15,00 por bicicleta para embarcar; verdadeira revolução se comparado a alguns anos atrás, porém, um mala-bike ainda é bem vindo para evitar riscos e danos, pois apesar da autorização de transporte, a maioria dos ônibus não possuem estrutura adequada para bicicletas.
Quer pedalar conosco?
Me envie uma mensagem ou um e-mail, que conversamos melhor. Bom pedal a todos.
Desbravadores e corajosos pedaleiros, descobrir o que a natureza proporciona de mais belo nesse mundo não há dinheiro nenhum que pague. Essas aventuras são intensamente anestesiadas pela Adrenalina. Que vocês sejam intensamente protegidos em cada passeio.
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