Curitiba a Guaratuba via BR-277 #5


Já fazia tempos e tempos que desejava ir até a praia de bicicleta, mas sempre houveram empecilhos e preguiça; mas desta vez, minha esposa quem havia sugerido e tudo "em cima da hora". Ficamos com várias dúvidas, em especial quanto à real segurança de se pedalar de Curitiba até a praia. "Haveria acostamento?", "Haveriam pontos de apoio e descanso?", "haveriam dificuldades técnicas?", "haveria desempenho físico necessário para completar a viagem?".

Muitas perguntas não é?! Tentamos contato com alguns ciclistas e buscamos pela internet informações para sanar algumas destas dúvidas, alguns relatos diziam que era seguro, outros diziam que não seria...

Pois então, para quem tem vontade e muitas dúvidas, esta postagem é para tentar esclarecer e estimular o cicloturismo no Paraná.

Arquivos GPX







O que esperar deste percurso



Sair da área urbana de Curitiba não é tão simples, e apesar de uma boa estrutura, algumas ciclovias são abruptamente interrompidas e é necessário dividir espaço com carros ou ônibus nas canaletas da cidade; é bom ficar atento se você estiver com horas contadas, pois pode acabar atrasando um pouco; felizmente, saímos sem nenhuma pressa.

Ciclovia?

Canaleta da Pe. Anchieta

Canaleta no centro

Canaleta da sete de setembro

Parece ruim, mas tem cidade bem pior, além do mais, saindo bem cedo de casa é possível escapar do trânsito caótico. Depois de alcançar a Br 277, o cenário se alterna pelo sobe e desce constante, todo praticamente com bom acostamento; pelo caminho, muitos ciclistas sozinhos ou em grupos numerosos fazem companhia; bem, ao menos até o pedágio.

Acostamento generoso

Incontáveis grupos de ciclismo

Incontáveis grupos de ciclismo

Pagar pedágio? Não, muito obrigado

Doravante, o caminho fica muito mais silencioso e o avistamento de ciclistas mais raro, o acostamento continua muito simpático e dá pra curtir a paisagem bem tranquilamente.

A serra bem longe (ainda)

Bom acostamento

Início da descida da serra

Após algum tempo, as placas de sinalização avisam: "Descida da serra"!!!!!! Nossa... O coração vai a mil; afinal, qualquer descida é bem vinda, pela serra então... Com freios regulados e revisados, basta controlar o guidão e aproveitar a vista, fantástico!

OBS: Na descida da serra, existem dois trechos com pouco acostamento, e uma entrada de escape de emergência; são passagens bem curtas, mas fique atento!


Acostamento encurtado

Área de escape



Estrada sem fim



Após aproximados 88,0 quilômetros de pedalada, chega-se à temida estrada Alexanrda-Matinhos; não há acostamento e apesar de sinalizações, carros e motos vêm e vão com velocidades altíssimas. Para piorar a coisa toda, não há pontos de apoio ou descanso. Daqui adiante, apesar dos míseros 34,0 quilômetros da Br até Matinhos, demoramos praticamente o mesmo tempo que para percorrer os 88,0 quilômetros anteriores... Tenso. Esteja bem equipado com retrovisores e roupas chamativas; não tente competir com carros e motos, se não der, dê espaço mesmo.


Placas avisam a presença de ciclistas...mas...

Estrada Alexandra-Matinhos

Ferryboat


No dia seguinte, fomo informados que ciclistas são isentos do pagamento para atravessar a baixa utilizando o ferryboat, já que estávamos perto, decidimos prolongar o passeios em algumas horas.

Existe uma lenda de que apenas cidades grandes excluem o ciclista, mas basta pedalar em qualquer interior brasileiro para perceber que praticamente qualquer cidade nasce em função de carros, Matinhos não decepcionou neste quesito e pedalamos alguns pontos com bastante receio de atropelamento.

Sem calçadas...Imaginem ciclovias




Pessoas "invisíveis" aos planejadores urbanos




Passado este trecho tão tenso quanto a Alexandra, chegamos ao ferryboat; e que legal, ciclistas além de não entrarem na fila, são os primeiros a embarcar e desembarcar. 

Engarrafamento... não para ciclistas!

Famoso ferryboat



Guaratuba


Após uma travessia suave de aproximadamente 10 minutos, desembarcamos em Guaratuba, nosso objetivo era chegar até a rodoviária da cidade e dependendo do tempo, ainda conhecer o centro e tirar o vazio do estômago.

Centro de Guaratuba

Praça ao lado do centro com vista para a baia

"I want to believe"

No caminho, encontramos uma ciclista de Foz do Iguaçu pedalando pela cidade, já trocamos contato e quem sabe, seja o próximo destino. O que me chamou bastante atenção foi o número exorbitante de moradores se deslocando com bicicletas, aliás, todo estabelecimento tinha um bicicletário maior que qualquer um encontrado na capital Curitiba. Apesar desta constatação, ciclovias zero...

Ciclista de Foz do Iguaçu

Supermercado ao lado da rodoviária

Curitiba



Saímos da rodoviária, e pegamos a canaleta do ônibus; rua quinze e depois mais canaleta até o outro lado da Br 277 e dai em diante seguimos até em casa, por sorte ainda pegamos luz do dia e ruas movimentadas e milagrosamente, nenhum pneu furado.






Pontos de Apoio ou descanso



Decidimos realizar paradas a cada trinta quilômetros ou bem próximo disso. Na primeira parada ficamos em um posto de gasolina próximo ao pedágio; o local tem boa variedade de coisas e dá pra descansar um pouco as pernas.

O segundo ponto em que paramos ficou a aproximados 68,0 quilômetros de trajeto, no restaurante chamado "pé da serra", apenas desmontamos das bicicletas e esticamos as pernas, minha esposa reabasteceu a água e partimos em seguida.

O terceiro ponto deveria ter sido um outro posto de gasolina antes de adentrarmos a estrada Alexandra-matinhos, mas decidimos seguir viagem, então a terceira parada aconteceu com exatos 100,0 quilômetros de pedalada; paramos no posto da polícia rodoviária apenas para reabastecer a água e seguimos viagem até o hotel.

Em uma próxima pedalada por este caminho, sem dúvida pararemos no posto antes da estrada para Matinhos.

Rodoviária


Uma pergunta BEM recorrente é sobre o transporte de bicicletas dentro do ônibus de turismo. Desta vez, pagamos uma taxa de R$ 15,00 por bicicleta para embarcar; verdadeira revolução se comparado a alguns anos atrás, porém, um mala-bike ainda é bem vindo para evitar riscos e danos, pois apesar da autorização de transporte, a maioria dos ônibus não possuem estrutura adequada para bicicletas.



Quer pedalar conosco?

Me envie uma mensagem ou um e-mail, que conversamos melhor. Bom pedal a todos.


Comentários

  1. Desbravadores e corajosos pedaleiros, descobrir o que a natureza proporciona de mais belo nesse mundo não há dinheiro nenhum que pague. Essas aventuras são intensamente anestesiadas pela Adrenalina. Que vocês sejam intensamente protegidos em cada passeio.

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