Peregrina gravel: Reforma do quadro
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Depois de quatro anos e aproximados 6000 quilômetros de muitas viagens (Projeto rosa peregrina - conclusão), sofri um grave acidente com minha gravel, felizmente, estava MUITO bem acompanhada e não houveram intercorrências mais graves, mas este "pequeno" acidente me se repetiu pela terceira vez e erro que se repete de maneira igual já pode ser considerado um erro sistemático e estes devem ser corrigidos o quanto antes.
Durante descidas a quase 60 km/h quando em contato com irregularidades e buracos, os pneus kenda alluvium 700x40 da peregrina tendem a se retrair demais e o impacto vai direto no aro e para além disso, nesta velocidade também, os pneus não passam tanta segurança quanto pneus 27,5x2.1 de uma mountain bike, mesmo com os freios bem regulados.
Na terceira vez em que este erro ocorreu desencadeou uma reação em cadeia perigosa, o pneu bateu em um pequeno buraco, escutei o impacto atingindo diretamente o aro, a câmara explodiu dentro do pneu, o eixo traseiro quebrou e a roda traseira saiu, por sorte, já estava no final da descida e já com os freios em ação.
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O que restou do eixo traseiro |
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Olha o prejuízo... |
É claro que qualquer roda que bata em alta velocidade em um buraco tem o mesmo risco, mas esta pequena batida no aro é também bastante comum dentre graveleiros em seus canais no youtube, sejam brasileiros ou estrangeiros. Parece ser algo relacionado a medida de 40mm da maioria dos pneus gravel, segundo relatos, aumentar a largura do pneu resolveria este inconveniente.
Visando aumentar conforto, confiança e segurança, já havia pensado em migrar para as rodas 27,5650B que diga-se de passagem, era a ideia original para esta gravel. Há males que vem para o bem, não é?! Com o acidente, já me forcei a colocar em dia várias ideias engavetadas pelo tempo.
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E lá vamos nós... |
Manutenção do quadro
Comprei a ideia da simplicidade do quadro em aço e estou muito feliz com isso, mas aço em contato com suor e água da chuva acaba enferrujando e eu que transpiro igual uma esponja quando apertada acabei por desejar fazer uma revisão do quadro.
Primeiro passo depois de desmontar tudo é saber se há ferrugem, e para isso... tem que tirar a tinta.
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Garfo muito bem preservado, UFA!! |
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Eita... |
Depois de retirar toda a tinta epóxi, que aliás, fica uma meleca, é possível ver vários pontos de ferrugem, mas felizmente todos tratáveis. Como esperado, os focos de ferrugem se acumularam na parte inferior do "top tube" e na caixa do pedivela; provavelmente pelo acumulo de água da chuva e gotas de suor.
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Quase sem tinta |
Nestas horas lembro bem das aulas de química, em especial oxidação de metais kkk. A ferrugem pode ser "tratada" de N maneiras, lixando, utilizando fosfatizantes, anti-ferrugens, tintas...
Utilizei lixa, fosfatizante e verniz, espero não ter surpresas no futuro. De resto, o processo imita a pintura automotiva (Um pouco sobre pintura caseira de quadro em alumínio usando técnica automotiva).
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Primer/Fundo já aplicado, só escolher a cor |
Na escolha de cores, QUASE escolhi o verde toscana fosco; para fotos em natureza achei que ficaria muito condizente com o cenário e claro, passaria uma "vibe retrô" para a peregrina quando combinada com acessórios em tons de marrom.
Acontece que balancei entre inúmeras cores meses à fio, desde amarelo guindaste até purpura; um dia antes de pintar o quadro inteiro, subi um morro e de lá contemplei um belíssimo pôr-do-sol e lembrei do pessoal da extinta Cernunnos bikes lá de Curitiba com sua gravel toro:
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Cernunnos Toro |
Como amo pôr-do-sol e TODAS as cores estavam na minha lista de possibilidades, desfiz o garfo verde e corri na loja de tintas para obter o restante das cores.
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Laranja Kalani, vermelho ferrari, vermelho vivo, roxo beterraba |
Pintei tudo da melhor forma que pude, me inspirando na toro e em memórias muito afetivas do meu melhor amigo em momentos de melancolia, o pôr-do-sol.
Se um dia senti orgulho demasiado de alguma obra minha, este foi O momento:
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Só no improviso viu... |
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Nada mal para a segunda pintura da vida |
Com minha mountain bike reformada e pronta pra qualquer trilha, devo levar um bom tempo pra voltar a pedalar uma gravel, afinal, o preço dos componentes está absurdamente alto, mas pretendo trocar: Aros, pneus, fita de guidão e selim; além claro, dos itens de manutenção básica: coroa, corrente e roldanas de câmbio e sim, caro leitor, veremos esse processo gradual juntos neste mesmo espaço e bat-canal.
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Até a próxima e bom pedal a todos.
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