Um pouco sobre: Transbike Kiussi tonale
Nada dura para sempre! E é seguindo este dito popular que decidi trocar de transbike. Depois de muito tempo utilizando um modelo para acoplagem ao porta-malas de um veículo, pude constatar vários prejuízos causados por tal modelo:
- Ocultação das lampadas de sinalização, que poderiam ter ocasionado muitos acidentes de trânsito envolvendo terceiros;
- Aumento na largura total do veículo, dificultando ultrapassagens e manobras "apertadas";
- Ocultação da placa de identificação, podendo gerar multas (e MUITA dor de cabeça com o DETRAN);
- Inúmeros arranhões tanto na bicicleta quanto na lataria do veículo;
- Montagem difícil, pode não parecer, mas deixar uma bicicleta bem alinhada e segura em um modelo destes dá trabalho;
- Porta-malas totalmente obstruído;
- Transportar simultaneamente duas bicicletas é quase impossível sem precisar desmontar uma roda, um guidão, um pedal ou um canote...
Resumo da ópera, modelo de porta-malas nem em sonhos, logo, restaram os modelos de reboque e os de teto; nem todos os veículos são assegurados de garantia para a utilização de reboque e o meu infelizmente não é compatível, logo, apenas os modelos de teto fariam parte de minha busca por um novo transbike. Da primeira vez em que obtive um transbike de teto (em meados de 2010...), existia apenas uma fabricante conceituada no ramo, a sueca THULE; o restante não passavam de quebra-galhos; desta vez porém, o páreo foi muito mais complicado pelo número de modelos e fabricantes com excelentes avaliações de seus respectivos usuários:
Thule freeride 591
Modelo de origem brasileira, muito bem falado nos fóruns e possui preço bem atraente (algo entre R$ 350,00 e R$ 400,00); tem bom visual, transmite segurança e não pesa muito pois é feito praticamente todo em alumínio; Não o escolhi pois a "cabeça" que segura o quadro tem um formato estranho e pode ser incompatível com alguns modelos, outro porém fica por conta da ausência de um sistema anti-furto, não raramente tem-se relatos de furtos do transbike ou de peças.
Não encontrei o nome do tal modelo e foi o transbike mais difícil de encontrar, mas pelos dados disponíveis, é pesado e não possui sistema anti furto (é caros leitores...viver em Belém/PA é complicado...); este transbike chamou a atenção por possuir um sistema de fechamento como blocagem, que comprovadamente segura fortemente a bicicleta, apesar dos pontos negativos, custa quase igual ao thule (encontrei-o a R$ 500,00).
Possui sistema anti-furto tanto para a bicicleta quanto para a calha, é compatível com diversos tamanhos e quadros; modelo que utilizei por seis anos e só troquei porque perdi as chaves para abrir e fechar. De longe a thule é a marca mais elogiada em qualquer forum ou conversa de bar entre ciclistas e este modelo especificamente assino em baixo; resistente, tem boa durabilidade, transmite robustez e segurança, dá um visual bacana ao veículo, MAS...é o modelo mais caro de todos os pesquisados, algo em torno de R$ 600,00.
Eqmax velox aluminium
Modelo de origem brasileira, muito bem falado nos fóruns e possui preço bem atraente (algo entre R$ 350,00 e R$ 400,00); tem bom visual, transmite segurança e não pesa muito pois é feito praticamente todo em alumínio; Não o escolhi pois a "cabeça" que segura o quadro tem um formato estranho e pode ser incompatível com alguns modelos, outro porém fica por conta da ausência de um sistema anti-furto, não raramente tem-se relatos de furtos do transbike ou de peças.
Altmayer
Não encontrei o nome do tal modelo e foi o transbike mais difícil de encontrar, mas pelos dados disponíveis, é pesado e não possui sistema anti furto (é caros leitores...viver em Belém/PA é complicado...); este transbike chamou a atenção por possuir um sistema de fechamento como blocagem, que comprovadamente segura fortemente a bicicleta, apesar dos pontos negativos, custa quase igual ao thule (encontrei-o a R$ 500,00).
Kiussi tonale
Construído quase totalmente em alumínio, logo é bem leve; possui sistema anti-furto tanto da calha quanto da bicicleta, preço bastante convidativo (R$ 240,00), design simplista, porém elegante e é compatível com diversos racks de veículos e quadros de bicicleta. O grande porém deste modelo é não possuir tiras fixas para prender as rodas, mesmo assim, com tantos pontos positivos, acabou sendo minha escolha. Apesar de estar relativamente "velho" no mercado tupiniquim, não é possível encontrar muita coisa sobre a montagem ou o tal sistema anti-furto.
"Unboxing"
Termo muito visto no youtube, mas não passa de retirar da caixa e mostrar o que vem dentro. O "kit" já vem tudo o que é necessário para a montagem da calha no veículo, incluindo dois tamanhos de hastes e parafusos (a serem usados de acordo com a espessura do rack do carro):
Calha, parafusos, tiras para prender rodas, chave, porcas e hastes para prender das porcas |
Detalhe das peças para montagem |
Sistema anti-furto
A pergunta que mais fiz foi como funcionaria o tal anti-furto da calha, pois o da bicicleta é IDÊNTICO ao da thule, um braço que que gira e possui uma chave que trava...
Plástico... |
Confesso que fiquei decepcionado com a solução anti-gatunos da calha, trata-se apenas de uma porca com um formato diferente que pode ser girada utilizando uma chave também com formato diferente. O tal sistema não impede quem tenha uma chave idêntica ou um bom alicate (e tempo sobrando) de furtar a calha. Como pesquisei bastante em Belém e não vi este modelo a venda nas lojas ou nos carros que por aqui circulam, posso dormir mais tranquilo sabendo que pouca gente vai possuir a tal chave para furtar calha.
Sistema anti-furto da calha |
Considerações do fabricante
A kiussi em seu manual aconselha fortemente a verificar o peso máximo que o teto do carro pode aguentar; o peso máximo que o rack de teto pode aguentar e pede para que se realize a seguinte equação:
peso do rack do teto + peso da bicicleta + peso do transbike = não deve ultrapassar o peso máximo suportado pelo teto do carro
Assim, não há riscos de amassados, buracos ou quebra de componentes. Outros conselhos da fabricante é que a bicicleta não ultrapasse os 15 quilos e que o veículo não transite a mais de 135 km/h e que os parafusos e porcas sejam revisados a cada 200 quilômetros ou a cada vez que preceda um longa viajem.
Ajustes antes da montagem
Uma coisa que me agradou muito foi a possibilidade de ajustar a localização do braço que segura o quadro, basta afrouxar e deslizar os parafusos:
Parafusos deslizantes |
O mesmo ajuste vale para parafusos traseiros também |
Depois de montado
Depois de montado (o que dá pra fazer sem ajuda de mecânicos), a haste ainda ficou com algumas sobras, mas ainda assim bem presa ao rack do carro:
Encaixando a bicicleta
Um ponto bem positivo em relação à concorrência é que esta garra que segura a bicicleta faz uso de um sistema esponjoso, que faz com que o aperto no quadro não danifique a pintura.
Diferente da montagem do transbike de porta-malas, esta é muito rápida e simples e demora poucos segundos (menos de um minuto na verdade) para prender ou retirar a bicicleta de cima da calha, obviamente tomando muito cuidado para não deixar a magrela cair das mãos por falta de força ou cuidado.
Testando...
Por ser um produto de origem italiana com foco para o mercado europeu, já imagino algum engenheiro da Kiussi desconsiderando buracos, desnivelamentos e crateras das estradas brasileiras na maioria dos testes e cálculos de resistência. Para testar a calha, escolhi o que tinha de mais pesado (não desmerecendo esta maravilhosa bicicleta, adoro as voluptuosas...) e percorri as ruas de Belém, que aliás, deveriam ser utilizadas como campo de testes off-road...
De modo geral, o sistema produz barulhos e balança um pouco, mas mostrou-se longe de abrir folgas ou quedas iminentes. Mais um ponto negativo fica por conta do braço "curto" que, caso utilizado com pneus 2.0 em diante exige a bicicleta mais para frente e o braço mais baixo próximo ao movimento central (quase no limite); algumas vezes também, dependendo do número de dentes, chega ocorrer atrito entre a garra de borracha e a coroa:
No mais...
Apesar de possuir alguns pontos negativos relevantes, o modelo tonale da fabricante italiana Kiussi é atualmente o modelo de calha de teto com o melhor custo-benefício do mercado, o que melhoraria se dependesse de mim:
- Sistema de fixação, obviamente o transbike foi idealizado para uso com a linha de racks da kiussi, porém, nada impede de o desenvolvimento de um sistema mais robusto de fixação à outros modelos de rack;
- Tiras de nylon para prender as rodas...Bem, são curtas quando utilizadas com pneus 2.0 em diante, não apresentaram risco de abertura, mas ficam próximas ao limite, isto para não mencionar que devem ser retiradas do transbike para não sofrerem furto, uma fixa seria bem vinda;
- Braço mais longo, apesar de poder ajustar a posição do braço em relação a calha, este ainda fica curto (ou baixo);
- Sistema anti-furto da calha, poderia ser melhor, o da thule por exemplo é travado ao rack com a mesma chave que abre a garra que prende o quadro;
- Braço com chave, é feito em plástico...não tem muito o que dizer, pode quebrar um belo dia e dificultar o processo de prender a bicicleta.
Ainda assim indico este produto para quem irá utilizá-lo apenas aos finais de semana, vez ou outra, ou para quem busca um excelente custo-benefício.
Adendo...
Gostei tando do modelo que acabei por adquirir mais uma calha, e coube mais que perfeitamente no teto de um carro popular pequeno.
Após poucos meses de uso, com muito asfalto e estradas de terra batida, o transbike da kiussi começou a apresentar diversas inconformidades; à qualquer desnível de asfalto, as bicicletas balançavam exageradamente no teto, como consequência, um dos "braços" começou a entortar e após trafegar em chão de terra batida, a situação ficou insustentável (e uma das bicicletas também...).
Outro problema apresentado, já previsível foi o desgaste do braço de plástico que gira e fecha/prende o quadro no transbike, a peça simplesmente "cuspiu" (espanou em linguagem mais técnica) com o movimento repetitivo, como resultado, o equipamento ficou inutilizável, o pior é que tudo ocorreu de forma muito prematura.
Após esta triste relação italiana, que não chegou a um ano...o melhor é voltar para a Sueca Thule, que apesar de "careira", mostrou-se durável.
Muito bom! Estou comprando par e minha duvida era como se prendiam as rodas.
ResponderExcluirValeu essa marca é sumida na internet e faltava um teste de verdade!
ResponderExcluirparabéns
Com a fechadura aberta, você abre a alavanca e gira...para uma lado ela afrouxa, para outro lado ela aperta.
ResponderExcluirOlha cabei de comprar um modelo novo da eqmax semelhante a esse da foto acima .E estou com medo da bike entortar e balançar quando o carro estiver em movimento.Será que fiz a escolha certa em deixar de comprar o antigo modelo tradicional da eqmax .
ResponderExcluirMeus amigos que utilizam eqmax não reclamam sobre entortar, mas por experiência própria: 1) Evite estradas de terra e/ou muito desniveladas, pois independente do modelo ou fabricante, vai sofrer com o balanço excessivo. 2) Quanto ao material, evite braços de alumínio, pois são mais frágeis que os de aço.
Excluirmuito bom o comentário. Estava pensando em comprar um modelo desta marca,mas seus testes me fizeram optar pela
ResponderExcluirThule mesmo
Obrigado pelo comentário Ely, este modelo em particular é todo em alumínio, por isso sua fragilidade, já vi modelos melhores desta marca, mas nenhum se compara ao Thule. Realizei uma viagem de 3500 km com um proride 591, 3 - 4 vezes o preço de um tonale, porém, não houve medo ou outro problema.
ExcluirAnálise perfeita! No caso de suporte de bicicleta no teto do veículo, as oscilações são gigantescas! Acho que esses modelos de transbikes mais baratos distorcem a capacidade de carga real. Isto significa que os fabricantes não gastam dinheiro em testes em situações de vias esburacadas.
ResponderExcluirExcelente teste amigo! Parabéns!
ResponderExcluirParabéns pela avaliação!
ResponderExcluirObrigado Ricardo
ExcluirEstava querendo comprar um desse, para usar num rack Kiussi que tenho no meu carro (um Toyora Etios, para o qual a Thule, infelizmente, não tem rack) e após seu comentário mudei de ideia. É que tenho um freeride da Thule parado, que usava num rack da Thule no meu carro anterior, com o qual fazia sempre (por mais de três anos) viagens longas (mais de 2000 km no asfalto, além de pegar terra ocasionalmente), levando duas bikes, e nunca tive problema (rack e transbike perfeitos). Antes de Tenteicomprar o rack Kiussi, vi (em algum site) que bastaria limar um pouco os parafusos do transbike Thule que este caberia na canaleta do rack Kiussi (esta é menor que aquela do rack Thule), porém isto não é verdade, pois além de limar o parafuso, tem que reposicionar suas furações (fica aqui o alerta para outros colegas!). Estava pensando em comprar um Tonale, mas depois de seu comentário, vou refazer a furacão dos parafusos dianteiros do transbike Thule (além de tampar com solda os furos originais, vou além limar um pouco a cabeça de seus parafusos em "T").
ResponderExcluirValeu, tô fora, vou de Thule mesmo.
ResponderExcluirtive esse mesmo problema. Prometeram troca, mas estou com medo de colocar. Então qdo vier o novo, Vou dar uma banana p/ garatia e colocar uns parafusos de aço p/ fixar melhor as borrachas. que são mal porcmante presas com rebites de plastico.
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