Re-tentar

 


You were my lesson I had to learn
I was your fortress you had to burn
Pain is a warning that something's wrong
I pray to God that it won't be long
Do ya wanna go higher?

The power of goodbye. Madonna


Existem muitas coisas boas em ser autossuficiente, em especial se você tentou fazer parte de grupos que te rejeitaram, mas existe uma parte dessa autossuficiência que ninguém te contou, a "preguiça" de tentar novamente.

Sabe quando você se enxerga sozinha, realmente só, mas ainda assim, bem, completa e inteira? Pois é, depois que descobri este "lugar" tão confortável, acabo por me desinteressar de colocar alguém dentro deste santuário pessoal. Acho que fiquei velha e chata e, pra lá de exigente, muito mais exigente aliás, ou será que talvez finalmente esteja me valorizando? Fica ai o questionamento, não é?! 



A bem da verdade é que quanto mais conheço a fundo algumas pessoas, parece que mais certeza tenho que é melhor continuar seguindo mais um tempo solo mesmo. Canso de dizer pra mim e pra quem me pergunta que toda relação, em especial as românticas são apostas altas, e sim, sim... Antes que perguntem, pra mim... Não interessam relações curtas e carnais, quero mergulhar em profundidade, isso sim, me satisfaz ao ponto de beirar um forte e intenso orgasmo, mas pra isso, tem que "ir de cabeça", com tudo mesmo. É claro que de aposta em aposta, de mentirosos em mentirosos, e de tanto quebrar a cara (e o coração), o crédito no banco da confiança vai encolhendo cada vez mais para "explorações" futuras. Acho que é natural em algum momento querer voltar pra si e querer talvez, apenas se proteger.

Fecho ciclos, e dói, toda minha fragilidade fica à flor da pele; mas se apaixonar de novo e de novo acho que faz parte, não é?! Se decepcionar? A gente torce para que não, mas também faz parte. E talvez seja daí é que vem aquela sensação de querer "fechar as portas" para novos visitantes.


Deixa ai descansando um pouco


Ninguém te conta que quando você se vê sozinha e isso já não te incomoda mais, você passa a não enxergar as possíveis relações que poderiam vir a acontecer, mas que foram deixadas pelo caminho pela falta da tal paciência de ser mais maleável. Magicamente, deixam de existir no mundo frases e pensamentos como "poderia ter sido diferente", "se tal evento não houvesse ocorrido teria sido diferente" ou "eu deveria ter feito isso ou aquilo", não! Só existe o que aconteceu de fato ou o agora que está acontecendo.

É claro que ainda existe a dor da partida, a ciência dos processos pelos quais passaremos, assim como quais passos do luto enfrentaremos, também sabemos que apesar deste liquidificador emocional, tudo fica bem no final.

Acreditar ingenuamente aliás, é como ciclofaixa em grandes cidades, estreita e não te inspira muita segurança, uma linha muito frágil entre ser "na medida" ou ser feita de trouxa (de novo). Mas se não for assim, como seria? Não aprendi a me relacionar senão pelo caminho da confiança e da lealdade, não conheço outra maneira. Sei que é possível pegar um atalho, mas sei também que um mundo cheio de espertalhões não dá certo. Ninguém me contou como é difícil enxergar quando alguém merece uma chance, ou até mesmo uma segunda chance. É difícil pra mim, porque um dia eu já aceitei demais, fui submissa demais, perdoei demais e deu ruim demais pra mim também.



Agente só pensa que talvez, o melhor mesmo é seguir sozinha. É aprender a cuidar de você em primeiro lugar. É aprender a zelar pelo equilíbrio emocional, e quem vai dizer que isso não está certo? 

Um dia, vem aquela pergunta lá do início do texto, madura o suficiente ou exigente demais? Ou quem sabe um pouco de cada?

Acredito hoje que parte da maturidade é entender que existem momentos em que a gente não precisa reagir, o melhor é ficar na sua e seguir seu caminho para evitar desgaste emocional. É tratar com irrelevância o que tem a intenção de te machucar.



É saber a hora de tirar o cropped e não reagir. E talvez isso nada tenha haver com preguiça afinal de contas.

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