Re-tentar
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Existem muitas coisas boas em ser autossuficiente, em especial se você tentou fazer parte de grupos que te rejeitaram, mas existe uma parte dessa autossuficiência que ninguém te contou, a "preguiça" de tentar novamente.
Sabe quando você se enxerga sozinha, realmente só, mas ainda assim, bem, completa e inteira? Pois é, depois que descobri este "lugar" tão confortável, acabo por me desinteressar de colocar alguém dentro deste santuário pessoal. Acho que fiquei velha e chata e, pra lá de exigente, muito mais exigente aliás, ou será que talvez finalmente esteja me valorizando? Fica ai o questionamento, não é?!
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A bem da verdade é que quanto mais conheço a fundo algumas pessoas, parece que mais certeza tenho que é melhor continuar seguindo mais um tempo solo mesmo. Canso de dizer pra mim e pra quem me pergunta que toda relação, em especial as românticas são apostas altas, e sim, sim... Antes que perguntem, pra mim... Não interessam relações curtas e carnais, quero mergulhar em profundidade, isso sim, me satisfaz ao ponto de beirar um forte e intenso orgasmo, mas pra isso, tem que "ir de cabeça", com tudo mesmo. É claro que de aposta em aposta, de mentirosos em mentirosos, e de tanto quebrar a cara (e o coração), o crédito no banco da confiança vai encolhendo cada vez mais para "explorações" futuras. Acho que é natural em algum momento querer voltar pra si e querer talvez, apenas se proteger.
Fecho ciclos, e dói, toda minha fragilidade fica à flor da pele; mas se apaixonar de novo e de novo acho que faz parte, não é?! Se decepcionar? A gente torce para que não, mas também faz parte. E talvez seja daí é que vem aquela sensação de querer "fechar as portas" para novos visitantes.
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Deixa ai descansando um pouco |
Ninguém te conta que quando você se vê sozinha e isso já não te incomoda mais, você passa a não enxergar as possíveis relações que poderiam vir a acontecer, mas que foram deixadas pelo caminho pela falta da tal paciência de ser mais maleável. Magicamente, deixam de existir no mundo frases e pensamentos como "poderia ter sido diferente", "se tal evento não houvesse ocorrido teria sido diferente" ou "eu deveria ter feito isso ou aquilo", não! Só existe o que aconteceu de fato ou o agora que está acontecendo.
É claro que ainda existe a dor da partida, a ciência dos processos pelos quais passaremos, assim como quais passos do luto enfrentaremos, também sabemos que apesar deste liquidificador emocional, tudo fica bem no final.
Acreditar ingenuamente aliás, é como ciclofaixa em grandes cidades, estreita e não te inspira muita segurança, uma linha muito frágil entre ser "na medida" ou ser feita de trouxa (de novo). Mas se não for assim, como seria? Não aprendi a me relacionar senão pelo caminho da confiança e da lealdade, não conheço outra maneira. Sei que é possível pegar um atalho, mas sei também que um mundo cheio de espertalhões não dá certo. Ninguém me contou como é difícil enxergar quando alguém merece uma chance, ou até mesmo uma segunda chance. É difícil pra mim, porque um dia eu já aceitei demais, fui submissa demais, perdoei demais e deu ruim demais pra mim também.
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Agente só pensa que talvez, o melhor mesmo é seguir sozinha. É aprender a cuidar de você em primeiro lugar. É aprender a zelar pelo equilíbrio emocional, e quem vai dizer que isso não está certo?
Um dia, vem aquela pergunta lá do início do texto, madura o suficiente ou exigente demais? Ou quem sabe um pouco de cada?
Acredito hoje que parte da maturidade é entender que existem momentos em que a gente não precisa reagir, o melhor é ficar na sua e seguir seu caminho para evitar desgaste emocional. É tratar com irrelevância o que tem a intenção de te machucar.
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É saber a hora de tirar o cropped e não reagir. E talvez isso nada tenha haver com preguiça afinal de contas.
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