Rosa peregrina - 2500 km depois


Depois de muito asfalto, terra e lama; seja em viagens curtas ou longas, já é possível falar com propriedade dos componentes escolhidos para o projeto gravel da peregrina. Neste post tentarei deixar minhas opiniões sobre acertos, erros e melhorias futuras.


Pneus

A kenda fez um trabalho muito bom nos alluvium pro, estes pneus são muito rápidos e encaram sem dificuldades terra batida, cascalho e asfalto, vez ou outra terrenos molhados com pouca lama também são transpassados sem muito sacrifício. Apesar de nunca ter caído ou sequer perdido grip em descidas íngremes com curvas, os alluvium pro não me passam a mesma sensação de segurança que um pneu de MTB, talvez seja falta de confiança?!

Vez ou outra também equipo um jogo vittoria mezcal ou maxxis pace ambos 27,5 x 2.1. Como a construção de um pneu gravel é diferente de um pneu de MTB, vemos também diferença no comportamento da bicicleta durante o pedal, de antemão afirmo que os pneus de MTB são molengas, lentos e muito menos resistentes a furos, mas dão muita confiança e conforto, pedalar com o pace por exemplo é como se houvessem nuvens no chão ao invés de asfalto duro.


Na foto acima é possível ver o desgaste nos cravos laterais, mas ainda devem rodar seguramente mais alguns quilômetros.

Apesar do pneu incrível que é o alluvium, meu estilo de pedal tem uma tendência a ser muito mais longo e exploratório do que performance, então futuramente estarei trocando por um set de pneus 650b, não decidi quais ainda.

Uma observação importante é que escolhi o tamanho 700c pois não estava mais encontrando nada relacionado ao tamanho 650b, porém, quando procurei uma câmara 700c para ficar como reserva... adivinhem? desapareceram também... Brasil e sua hegemonia dos aros 29 mtb... então difícil po difícil, ficarei com o mais confortável mesmo.


Transmissão

Aqui existem três pontos que gostaria de discutir:

Desgaste corrente

Como já esperado, a corrente da KMC de 9 velocidades com a tal tecnologia EPT se mostrou excelente e ainda está na meia vida sem nenhuma ferrugem ou dano.

Ainda aguenta bem mais algumas pancadas

Desempenho e manutenção

Apesar de conter apenas 9 velocidades, o sistema advent da microshift tem velocidade mais que suficiente para os pedais que realizo; a corrente nunca bateu ou caiu da coroa e nestes 2500km precisei realizar o ajuste fino do câmbio apenas uma vez. Confirmo novamente que ao menos em terras tupiniquins, a microshift é muito injustiçada.

Não deixou nada a desenhar perante a concorrência

Infelizmente com esta injustiça cometida contra outros fabricantes que não shimano ou sram, também vêm alguns problemas, como peças de reposição ou mecânicos especializados nas peças, praticamente tudo deve ser importado ou garimpado por extensas horas na internet.

A única ressalva válida quanto a transmissão é quanto ao uso, pois é, para pesais exploratórios com peso sinto a necessidade de uma coroa com menos dentes na frente, talvez um sistema 46x34 fosse a solução, mas por hora descer e empurrar também está me servindo bem, neste caso afinal, o importante é a contemplação da jornada e não a velocidade.

Freios

Obviamente existem freios muito, mas muito melhores no mercado que o Zoom DB680, mas esteja preparado para desembolsar muita grana para obtê-los, muitos alegam a questão da segurança para justificar o valor exorbitante de alguns modelos, mas até aqui, o modelo da Zoom se mostrou muito confiante, e por menos da metade do preço do freio gravel mais barato do mercado.

Zoom DB680

Se um dia puder por as mãos em modelos hidráulicos, precisar trocar meu sistema de transmissão e/ou ter acesso a uma variedade maior de pneus, maravilha, do contrário, sei que ao menos estou bem servido.

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