Probióticos, prebióticos e simbióticos
Cada vez mais pessoas se preocupam com qualidade de vida e bem estar, seja praticando exercícios físicos ou cuidando de sua alimentação. Assim, vem aumentando a procura por alimentos com diminuição de sódio, gorduras e açúcares, bem como a procura por alimentos que tragam benefícios a saúde. Neste contexto, aparecem os alimentos funcionais, onde os probióticos e os prebióticos se destacam (ANTUNES et al., 2007; SILVA, 2007).
Os alimentos funcionais são aqueles que fornecem uma nutrição básica e geram benefícios satisfatórios à saúde através de mecanismos diferentes da nutrição convencional, deve-se atentar que estes alimentos têm o objetivo de promover saúde e não a cura de doenças (BECKER, 2009; SANTOS et al., 2011).
Os probióticos são capazes ainda de fermentar os prebióticos, favorecendo uma vantagem de competição, melhorando sua sobrevivência no trato gastrointestinal, pois a fermentação é uma fonte de energia (SAAD, 2006). Um produto contendo prebióticos e probióticos combinados é considerado um simbiótico, onde o conjunto desses dois substratos favorece-os mutuamente e o consumo confere inúmeros benefícios ao indivíduo que os consome (SANTOS et al., 2011).
PROBIÓTICOS
O termo probiótico deriva do grego e significa "pró vida", sendo antônimo de antibiótico, que significa "contra a vida". São definidos como suplemento alimentar microbiano vivo, que afeta de forma benéfica seu receptor, através da melhoria do balanço microbiano intestinal. São considerados fibras que não são digeríveis nem absorvidas pelo intestino delgado, pois são resistentes a ação das enzimas salivares e intestinais (SANTOS et al., 2011).
Exercem as seguintes funções no organismo:
- Aumentam, de maneira significativa, o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos, pois promovem um aumento nos níveis de vitaminas do complexo B e de alguns aminoácidos;
- Absorção acrescida de cálcio e ferro;
- Fortalecem o sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras ou pela inibição da ação de patógenos;
- Possuem efeito funcional benéfico no organismo, equilibrando ou reconstituindo a flora intestinal
- Controle da colite;
- Possuem uma particular importância para os indivíduos com intolerância à lactose, devido ao aumento da enzima β-galactosidade que facilita a digestão da lactose;
- Embora ainda não comprovados, outros efeitos atribuídos a essas substâncias são a diminuição do risco de câncer de cólon, de doença cardiovascular e dos níveis de colesterol, bem como ação anti-hipertensiva.
Além das propriedades mencionadas, os probióticos devem ser inócuos, manter-se vivos por longo tempo durante a estocagem e transporte, tolerar o baixo pH do suco gástrico e resistir à ação da bile e das secreções pancreáticas e intestinais; não transportar genes transmissores de resistência a antibióticos e possuir propriedades antimutagênicas e anticarcinogênicas, assim como resistir a fagos e oxigênio. É importante também que tenham seus efeitos e doses comprovados e bem definidos tanto in vivo quanto in vitro.
Os probióticos podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no mercado, como leites fermentados, iogurtes ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas em farmácias ou lojas de suplemento.
Alguns exemplos de probióticos encontrados em farmácias:
- Bidrilac (Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium lactis)
- Florastor (Lactobacillus acidophilus)
- Floraril (saccharomyces boulardii)
- Repoflor (saccharomyces boulardii)
- Leiba (Lactobacillus acidophilus)
- Prolive (Lactobacillus acidophilus)
- Provance (Lactobacillus reuteri)
- 20Bi (Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium lactis, Bifidobacterium bifidum)
- Probiatop (L. acidophilus, L. rhamnosus, L. Paracasei, L. lactis)
Embora a literatura não seja tão vasta e mais estudos ainda sejam necessários para melhor entendimento dos riscos, benefícios e das diferenças dentre os variados tipos de probióticos, sabemos que nem todos são iguais. Dependendo de algumas variáveis e quais desequilíbrios presentes precisamos tratar, é melhor se assegurar em ingerir o probiótico que melhor beneficiará o organismo. A seguir, um pequeno resumo sobre a ação e diferenças entre alguns probióticos disponíveis no mercado:
PREBIÓTICOS
O termo prebiótico é utilizado para designar ingredientes alimentares não digeríveis que beneficiam o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon. Enquanto os probióticos são bactérias saudáveis que povoam o intestino, os prebióticos são fibras que servem de alimentos para os probióticos e que favorecem a sua sobrevivência e proliferação no intestino. Os prebióticos mais conhecidos são a inulina, fruto oligossacáridos (FOS), Galacto oligossacáridos (GOS) e lactulose. São encontrados comumente em aveia, cebola, alho, chicória, centeio, alcachofra, grão-de-bico, mel, banana, entre outros.
Apresentam as seguintes funções:
Apresentam as seguintes funções:
- Ajudam na manutenção da flora intestinal;
- Estimulam a motilidade intestinal (transito intestinal);
- Contribuem com a consistência normal das fezes, prevenindo assim a diarreia e a constipação intestinal por alterarem a microflora colônica, propiciando uma microflora saudável;
- Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as quantidades necessárias, eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol, favorecendo, então, a diminuição de colesterol e triglicérides totais no sangue;
- Possuem efeito bifidogenico, isto é, estimulam o crescimento das bifidobacterias. Essas bactérias suprimem a atividade de outras bactérias que são putrefativas que podem formar substâncias tóxicas
SIMBIÓTICOS
Esta classe tenta oferecer o pacote completo: alia probióticos e prebióticos num único item. Produtos como alguns lácteos, biscoitos e suplementos entram na categoria – mas seu consumo, por enquanto, deve ser prescrito por um profissional. É que apesar de resultados promissores, os simbióticos ainda são objeto de grande discussão: não se tem certeza dos efeitos que teriam no corpo.
Ainda não há no Brasil uma legislação específica para regulamentar ou esclarecer a produção e o comércio de probióticos, existem apenas as exigências mínimas para que não ocorra desvios de qualidade e descaracterização do produto. É importante salientar também que independente do tratamento ou medicação prescritos, hábitos de vida saudáveis e alimentação equilibrada potencializam os efeitos benéficos de probióticos e prebióticos, além de evitar ineficácia do tratamento, uma vez que maus hábitos são “campeões” em causar desequilíbrios na flora intestinal.
Mas...Nem tudo são flores
Para quem não está em uma crise de diarreia e pretende utilizar probióticos e/ou prebióticos para uma vida mais saudável, saibam que existem contra pontos muito fortes para não utilizarmos estas classes de suplementos:
- O excesso também faz mal. O melhor exemplo deste caso é o consumo exagerado de fibras, que apesar de muito benéficas, em excesso causam constipação e pode até piorar os problemas já existentes.
- Açúcar. A maioria dos suplementos de pre e probióticos possuem açúcar em sua formulação e não é pouco, principalmente se for aquele leite fermentado no supermercado ou aquele pote "aparentemente inofensivo" de fibras não tarjado na farmácia. Isso já basta para se ponderar o uso contínuo destas classes.
- Plástico. Pois é...imagine o tanto de plástico gerado se todas as pessoas todos os dias decidirem tomar UM frasco apenas de leite fermentado por dia, um bocado não é?! Esse fator, assim como o açúcar parece inofensivo, mas também é um ponto a colocar na balança.
- Efeitos desconhecidos. Não menos importantes que os outros itens, aqui também vale alguns segundos de reflexão, pois apesar dos efeitos benéficos, pouco se sabe sobre efeitos a longo prazo ou uso constante de pre e probióticos.
Comentários
Postar um comentário