Ciclomobilidade Curitiba #1


Depois de uma breve análise pessoal sobre a ciclomobilidade na cidade de Belém, nada mais justo e natural do que mostrar um pouco sobre como é pedalar na cidade de Curitiba.

Mais espaço, melhor estrutura, mais fiscalização

Bem diferente da cidade das mangueiras, Curitiba, além de maior quantidade, também conta com ciclovias, ciclofaixas (e calçadas) decentes; é possível pedalar quase sem preocupação com pedestres invadindo a via ou espaços minúsculos que mal passam os pneus. Quase, pois onde existirem dois ou mais humanos, existirão confusões sobre espaço alheio.

Calçada e ciclofaixa, espaço para todos

Por estas terras, a ciclovia (separada fisicamente da via dos automóveis) muitas vezes se caracteriza pela presença de asfalto, o que torna a pedalada mais suave. É claro que nem tudo é perfeito, quando a via é antiga e/ou adaptada para ter uma ciclovia ou ciclofaixa, ela fica apertada e é geralmente compartilhada com pedestres, o que pode gerar desconforto tanto para quem pedala quanto para quem anda na via.



Outra coisa que a se destacar é a raridade de se ver carros em locais indevidos (tipo em cima das ciclofaixas), obviamente acontece, mas é difícil. Aparentemente a prefeitura investe pesado em fiscalização de espaços públicos.

Falta de planejamento e manutenção


Infelizmente como ocorre com a maioria das grandes capitais, Curitiba não conta com uma malha cicloviária tão eficiente, a maioria das vias são desconexas e não ajudam a atravessar a cidade sem ter que subir calçadas ou se meter no meio dos carros por exemplo. Pedalar no centro por exemplo pode ser bem perigoso.

Ciclovias em azul

Ou sobe a calçada ou encara o asfalto junto com os carros...

Outro ponto que chama muita atenção são trechos de descida sem manutenção ou sem limpeza adequada, são cabos, parafusos, restos de acidentes de trânsito e por ai vai. Apesar de Curitiba ser uma cidade relativamente limpa, certos tipos de lixo são completamente ignorados pelo serviço público. Já perdi a conta de quantas câmaras furadas precisei trocar por conta da sujeira, em seis anos pedalando pelo Pará, nunca precisei me preocupar com remendos, furos ou consertos...em compensação por aqui, já foram 7 câmaras.

Cabo da companhia de luz a mais de três semanas abandonado em uma descida íngreme...quase rola um acidente

Apesar dos graves problemas, estrutura e segurança relativamente boas, é muito raro ver trabalhadores indo para seus empregos de bicicleta, ou seja, pouca gente usa a bicicleta como meio de transporte, a maioria usa como item de lazer, e ai vêm todas as justificativas públicas para não investir muito na área...


Av. Almirante Barroso em Belém pela manhã, muitos trabalhadores utilizando a ciclofaixa, chega a engarrafar

Apenas 2% dos curitibanos utilizam a bicicleta como transporte

Se jogar ainda para investimentos privados, o cenário não muda muito, a maioria dos supermercados grandes/gigantes não contam com mais de 10 vagas para guardar uma magrela e, alguns, nem contam com paraciclos, assim como a maioria dos comércios privados, mesmo em regiões turísticas... ai fica difícil a mudança de paradigma... 

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