Como aprendi a dizer NÃO II
Imagine a vida como uma jornada a ser trilhada, as vezes encontraremos escolhas pelo caminho e teremos que decidir, escolhemos igual novamente ou escolhemos um novo caminho? Nem sempre é fácil decidir, mas existem momentos em que seguir em frente sem olhar para trás é o que precisamos para crescer. As vezes é melhor não dar segundas chances.
Seguindo preceitos advindos do estoicismo, que tal pensarmos em razões para não dar segundas chances? Serão lições sobre respeito e amor próprio, sobre aprender com os erros e sobre saber quando é hora de deixar ir e começar algo novo.
3. Repetindo Erros
Errar é humano, errar duas vezes pode ser início de uma sincronicidade. E atire a primeira pedra quem nunca errou. Pois é... depois de anos cometendo erros e mais erro (e não aprendendo com eles), finalmente encontrei a coragem e a gentileza de encará-los.
Cada erro é semente de sabedoria, uma lição a ser aprendida; mas para que essa semente germine, precisamos estar dispostos a olhar para nossos erros de frente, aceitá-los e entender o podem nos ensinar. A dificuldade surge quando ao invés de aprendermos com esses erros optamos por dar segundas chances que nos levam a repeti-los, criando um ciclo que nos impede de ir adiante na jornada.
Em essência, dar segundas chances não é errado, mas se torna problemático quando essas chances são dadas sem um verdadeiro entendimento ou mudança dos padrões que levaram ao erro inicial. É como jogar sementes em solo infértil, esperando que por algum milagre elas floresçam.
Aprender com os erros vai muito além de simplesmente reconhecê-los, envolve uma profunda introspecção e coragem de mudar. Significa parar de olhar para fora em busca de desculpas e começar a olhar para dentro, para as profundezas do nosso ser, onde as verdadeiras respostas se encontram, quando damos a nos mesmos a oportunidade de aprender com nossos erros, não precisamos mais repeti-los, pois cada lição aprendida pavimenta o caminho para escolhas mais sábias.
Lembre-se no entanto de que aprender com os erros não significa ser duro consigo mesmo, pelo contrário, requer uma gentileza e compaixão imensas, pois é no reconhecimento de nossa humanidade e falibilidade que nosso verdadeiro crescimento ocorre. A cada erro, ofereça a si mesmo compreensão e perdão, sabendo que cada passo em falso quando reconhecido é na verdade, um passo em direção a pessoa que você está se tornando. Seja honesto consigo mesmo, pois é nessa honestidade que a verdadeira transformação começa.
4. A natureza impermanente das relações
Essa lição carrega muito do budismo, nada dura para sempre.
Uma das verdades mais desafiadoras, porem libertadoras que podemos aceitar na vida é a impermanência de todas as coisas, inclusive das relações humanas. Compreender e aceitar essa impermanência, não apenas nos ajuda a valorizar mais os momentos presentes, mas também nos ensina a soltar com graça quando o momento chega.
Muitas vezes, a razão pela qual hesitamos em não dar segundas chances tem haver com nosso medo da perda, nosso desejo de manter as coisas como estão, mesmo quando como estão já não nos serve ou não nos faz felizes. Agarrar-se a relações que já cumpriram seu propósito em nossas vidas é como tentar segurar água com as mãos fechadas, quanto mais apertamos, mais ela escapa por entre os dedos.
Tomar conhecimento da impermanência não significa que devemos encarar relações ou experiências com frieza ou distanciamento, pelo contrário, aceitar este conceito pode nos levar a uma apreciação mais profunda e a um envolvimento mais significativo com as pessoas em nossas vidas, sabendo que cada encontro, cada momento compartilhado é precioso e único.
No contexto de não dar segundas chances, entender a impermanência nos ajuda a ver que as vezes deixar ir é o maior ato de amor que podemos oferecer, tanto a nós mesmos quanto aos outros; é reconhecer que todos estamos em uma jornada de crescimento e transformação e que permitir que cada um siga seu caminho pode ser a chave para novas oportunidades de aprendizado e felicidade.
Imagine sua vida como um rio, fluindo constantemente, as pessoas entram e saem da sua vida como águas que se juntam ao rio em um ponto e desviam em outro, algumas permanecem por longos trechos, outras por apenas um breve momento; a beleza da vida, assim como a do rio está nessa constante mudança, nesse fluxo de encontros e partidas.
Aceitar a impermanência das relações nos permite abraçar a mudança com coragem e abertura, ensina-nos a dizer adeus quando necessário, não com amargura, mas com gratidão pelos momentos compartilhados e pela lições aprendidas, e talvez o mais importante, prepara-nos para as novas aventuras e encontros que nos aguardam, livres do peso de tentar manter o que já está livre para ser solto.
Essa lição então não é sobre desistir das pessoas facilmente ou evitar compromissos, é sobre reconhecer quando um ciclo chegou ao fim e ter a coragem de abrir espaço para novos começos, porque é na aceitação da impermanência que encontramos a verdadeira liberdade para amar, viver e crescer.
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