Contos de farmácia #1 - Descobrindo o antropocentrismo


Você vai à farmácia comprar um remédio e o atendente pede seu CPF para checar se tem desconto. O que você faz? Possivelmente informa o número — Não vai perder a oportunidade de economizar, claro...

Particularmente (em minha opinião), pedir CPF para dar descontos é uma prática que expressa falta de criatividade para fidelizar clientes (e nem entrarei nos aspectos da lei); se você não passou pela situação acima, meus parabéns, você é muitíssimo saudável. E o que dizer daqueles que todos os dias fazem fila nas farmácias? Deve-se imaginar que a pessoa já está calejada da cena e já sabe o tal CPF de cor ou que já o tenha em mãos ou ainda que já sabe como que a coisa funciona... ledo engano... ledo engano...

Cliente chega ao balcão e o atendente pega os produtos, vai e volta algumas vezes, após se certificar que nada mais havia para buscar:

Atendente: - A senhora tem o CPF cadastrado conosco?
Cliente: - CPF para quê?
Atendente: - Para ter desconto em alguns dos produtos.
Cliente: - Ah! sim, sim, tenho o cadastro...
Atendente: *silêncio*
Atendente: - E qual o CPF senhora?
Cliente: Ué?! e precisa do número? Todas as farmácias aonde vou sabem quem eu sou e do meu CPF...
Atendente: - Não chegamos neste nível de clarividência e intimidade ainda minha senhora.



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